quarta-feira, novembro 07, 2007

O início

Há seis anos atrás, saí do virtual e fantasioso para o universo real do BDSM.

Muitos(as) como eu passaram por situações semelhantes, de demora e confusão mental para aceitar o que são, outros, no entanto, já vieram ao mundo sabendo, entendo e aceitando essa parcela de seu ser.

Meu início, foi turbulento e doloroso, mas no final, o saldo é mais que que positivo: é único, verdadeiro e extremamente prazeiroso.

Meu caminho foi longo, uma luta interna comigo mesma, cheguei a me achar pervertida, depravada. De um lado o SM querendo aflorar e de outro o lado travado, certinho, não aceitando. Já me senti doida, depravada, doente, demorei para entender, você sai de uma "vida" pra outra. Meus conceitos, formados durante anos, foram jogados por terra em pouco tempo, mas quando entendi e aceitei, parece que uma porta fechada a muito tempo se abriu.

Eu sentia uma necessidade grande de experimentar se na pele o BDSM era tão bom quanto na fantasia. Porque às vezes a gente pode gostar de ver, ouvir, ler sobre uma coisa e na pele aquilo não nos tocar profundamente.

Quando me entreguei, senti como um segundo nascimento, foi como se eu nascesse de novo, morreu a mulher incompleta que eu era e emergiu a cadela, a submissa, que estava enclausurada dentro da mulher.

Foi quando percebi que mesmo estando solta e livre, eu estava atada, porque as amarras da dominação são invisíveis, elas entram pela pele e prendem tua alma, ninguém as vê, mas eu e meu Dono sabemos que elas estão lá e são infinitamente mais fortes que qualquer algema ou corda. Sinto o Dono presente, mesmo quando ausente está.

Na verdade, se entregar, é a experiência de deixar de ser quem você se esforça para chegar a ser, para se transformar naquilo que você realmente é.

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